Os indígenas antes de Cabral



Os indígenas eram vistos como primitivos, boçais e preguiçosos pelos portugueses eu os consideravam ineficientes ao trabalho por recursarem-se a aceitar a escravidão. A cultura de muitas tribos indígenas se utilizavam de alguma forma de trabalho forçado, porem dentro de seus costumes determinados, coisa que não irei abordar aqui. fato é que ao contrario dos escravos africanos que seriam trazidos em um segundo momento da colonização, os índios sendo nativos, não poderiam ser mantidos livres em seu local de trabalho, coisa que era essencial para poderem trabalhar nos campos - afinal não é possível exigir trabalho no campo e ao mesmo tempo manter o escravo acorrentado a algum ponto fixo.     

A falta de precisão nos dados impede-nos de afirmar o número de nativos existentes no atual território do Brasil, tanto na época quanto nos dias atuais. Segundo alguns autores, existiam cerca de dois a cinco milhões de indígenas no Brasil (restando pouco menos de duzentos mil atualmente) distribuídos em dois troncos linguísticos principais: os de origem tupi-guarani distribuídos ao longo do litoral em uma faixa que ia do Ceará ao Rio Grande do Sul; e os Arawak, distribuídos pela Amazônia, a leste dos Rio Negro e da Madeira.

            Os quatro maiores grupos indígenas que viviam no Brasil no século XVI eram os tupis, os jês, os arauaques e os caraíbas. A maior parte dos povos indígenas do Brasil era nômades ou seminômades e viviam da coleta de recursos naturais, da caça e da pesca. As habilidades técnicas variavam conforme a cultura, mas  o que se sabe que nenhuma construir grandes cidades nem tinha um poder político centralizado.

Os índios Tupis

Os tupis-guaranis dominavam o uso de cerâmica e também praticavam uma agricultura rudimentar. Cultivaram vários tipos de plantas, destaque a mandioca (quando manuseada pelo conhecimento nativo era transformada em farinha facilitando seu transporte e também o armazenamento) Gêneros como milho, o feijão e a batata-doce, a banana, o amendoim e a abóbora completavam a produção.

Sendo Seminômades viviam em aldeias que tinham em média 500 até 750 habitantes. Na aldeias as mulheres cuidavam tarefas da casa e das plantações. A confecção de enfeites de penas vasos de cerâmica, cestos, potes funerários, entre outros objetos era realizado por homens e mulheres. Os homens fabricavam armas e ferramentas agrícolas e eram responsáveis pela guerra e pela caça.

Características gerais das populações indígenas
           
 Toda a produção era dividida, uma vez que a base material dos nativos apoiava-se na apropriação coletiva da natureza e na divisão igualitária entre os seus membros. Não existia a ideia de propriedade privada, e mesmo as lideranças como os pajés (curandeiros e porta-vozes entre o mundo dos vivos e dos deuses e espíritos da natureza) e os caciques.
            Os indígenas estavam divididos em tribos, que por sua vez dividiam-se em aldeias. Estas eram organizadas em malocas (grande habitação feita de madeira e palha de palmeiras) coletivas para dezenas de pessoas. Importante que não existia a divisão de países, a exemplo das tribos africanas que também eram divididas desta forma, a "fidelidade e alianças" era estabelecida com pessoas e não com territórios demarcados.

            Entre os indígenas não existiam moedas, escrita ou relação comercial direta. Contudo, algumas tribos mantinham relações amistosas através de alianças ou casamentos, Ainda assim, a guerra era uma situação frequente entre estas tribos. Como umas das consequências destas guerras ocorriam os rituais antropofágicos (canibalismo). Tais rituais ocorriam como uma homenagem aos capturadores e também pela crença na absorção das virtudes ou qualidades do individuo.


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